segunda-feira, novembro 19, 2007

Run, you fuckin' zombies!

Como sempre, estou trazendo mais um serviço de futilidade pública da net. Você (sempre no singular) que lê o meu blog há tempos, deve se lembrar do dispositivo de imortalidade (que pasmem, continua funcionando - estou vivo, não estou?) e do sorry-cow. Agora venho trazê-los o resultado do meu teste de sobrevivência a um hecatombe zumbi.

48%
Ou seja, se (aliás, quando) a coisa estourar, recomendo que me procurem para terem chances razoáveis de sobrevivência (desde que não venha querendo comer os meus miolos). Eu sei que a porcentagem não chega nem a 50%, mas como tenho certeza de que esse dia chegará já estou um passo à frente de todo mundo que não crê e que na hora vai se fu.

Pensa que eu sou louco? Então aguarde, miojo-de-zumbi!
Até lá. Bwahaha.
P.S.: No mesmo site deste teste, eu fiz também um para saber quanto vale meu cadáver hoje. Atualmente eu pegaria uns R$ 8.000,00. Urrú!

segunda-feira, outubro 29, 2007

Custava mudar pelo menos uma letrinha? Custava botar uma exclamação, sei lá!

Só pra constar:

Você sabia que existe outro blog chamado "Perdigotos"? Do mesmo jeito, sem tirar nem pôr. E sabia que também é blogspot.com? Pra piorar, é um blog feito por um poeteiro, cheio daquelas bobagens pseudo-rebuscadas de sempre. É tipo o Anti-Perdigotos. Aliás, é o Perdigotos Bizarro. O mais interessante é que lendo as poeeesiiias (isso seria um tom sarcástico) a gente percebe logo que o cara é dotô, porque só fala em assepsia, cortes, carne e fluidos em geral. É tipo poesia-jargão.

A sacanagem que me levou a atacar levianamente quem eu nem conheço (por sinal um gratificante passatempo) é que, devido ao meu período afastado, o nome dele aparece antes no Google - a despeito do meu pioneirismo. Mas sabe porque essa situação vai mudar? Porque o lugar dele é com os fãs do Renato Russo! O lugar dele é com os espectadores da Fernanda Young!

P.S. 1: O medo que dá é essa acusação de plágio fazer com que meu imitador se sinta o próprio Rei Roberto. E ninguém se compara ao grande Rei Roberto!
P.S. 2: E quero lembrar a todos que já passo por esse problema na vida profissional, porque como é que numa cidade deste tamanho vão ter logo dois arquitetos com o nome de Gley? Quais são as chances?
P.S. 3: E que tipo de idiota coloca o nome de "Perdigotos" num blog? Taquepariu!

O orkut e a Mansão Foster Para Amigos Imaginários

Observação 1: Se você veio atrás somente do desenho animado "Mansão Foster Para Amigos Imaginários", vá direto ao final do texto.

Observação 2: O assunto tratado neste tópico era para ter sido incluído no bost anterior, mas me chateia tanto que mereceu um só para ele. Apesar de antigo e manjado, ainda permanece atual. Claro, isso se eu não tivesse falado só o óbvio. Mas leiam, pelo menos (já que ninguém nunca comenta):

Uma coisa que me chama atenção no orkut são aquelas pessoas que te adicionam (esse verbo foi mais usado nesses últimos anos do que em toda a sua existência) e que você nem sabe quem são. Eu as chamo de Amigos Imaginários, em homenagem à minha mãe de criação (também conhecida como televisão).

Amigos imaginários. Engraçado, eu cresci vendo aquelas crianças nos filmes/desenhos americanos, inventando personagens para suprir suas lacunas de atenção. Aquilo nunca me entristeceu, pois não via aqueles pimpolhos como melancólicos ou perdedores e sim como criativos e independentes, capazes de contornar problemas. Na pior das hipóteses, eram pelo menos felizes. E eram, afinal, crianças.

O que eu vejo hoje é a versão bizarra desta história, onde adultos chatos problemáticos se contentam em exibir seus rabos on-line no orkut e pendurar suas melancias virtuais no pescoço. Na maioria dos casos são pessoas sem carisma, que não conseguem manter conversas estimulantes em tempo real e ficam deixando recados genéricos, muitas vezes para zilhões de macacos virtuais ao mesmo tempo. Eu vejo figuras, eu vejo piadas, eu vejo propagandas e vejo "alôs", e tudo que leio é "ei, ei, me dê atenção!". Poucos são os casos em que o recado tem conteúdo, é dirigido a mim e é escrito por uma pessoa que realmente me conhece.

Uma constatação: pelo menos as crianças usa(va)m a imaginação; os adultos, por outro lado, escolhem seus "coleguinhas" no cardápio e saem coletando aqueles que consideram mais legais, na busca por status. Em vez de inventar, procuram amigos imaginários da vida real. Outra diferença marcante é que os companheiros das crianças servem de muleta para seus sentimentos, se tornam confidentes e melhores amigos. Suas versões on-line são apenas um quadradinho com (nem sempre) uma foto no canto superior direito da tela. Acho que existem indivíduos que necessitam ver um monte de gente com o rótulo "amigo" para se sentirem queridas. E mais deprimentes ainda são as comunidades do orkut onde as pessoas adicionam umas às outras a fim de inchar suas listas.

Dizem por aí que o orkut já era. Já vai tarde. E bem que podia ter levado esse povo todo com ele.

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Para aqueles pequerruchos que não deram a menor bola para o bost e só vieram aqui por causa da "Mansão Foster" no título, clique na figurinha abaixo e veja o perfil de um amigo imaginário profissional. Mas não esqueça, amiguinho, que por trás desta página fofa pode se esconder um gordo velho, peludo e pedófilo. Não sabe o que é pedófilo? Pergunta pra mamãe, mas não diz que fui eu que mandei...


Atualização: não adianta mais procurar o perfil acima, porque ele foi apagado. Ou será que era imaginação minha?

As novas tecnologias em desperdício de tempo no trabalho (ou: "Tomara que o chefe não leia meu blog")

Eu fico impressionado com a proliferação das chamadas "redes sociais" pelo mundo e excepcionalmente pelo Brasil. Depois de conviver com o orkut, o natimorto Gazzag, o MySpace e os infindáveis instant messaging (IM) da vida, agora chegamos a um nova (?) etapa: a era dos miniblogs (Twitter, Jaiku) e a cria profana de orkut+MySpace, também conhecida como Facebook.

Começando pelos miniblogs. Eu particularmente uso o Twitter, e até gosto. É uma forma de ver o que as pessoas andam fazendo instantaneamente, tipo um BBB com pessoas que você conhece. Não serve para investigar a vida de ninguém e sim manter um contato não-invasivo com seus amigos e conhecidos. Apesar de ser chamado "miniblog", está mais para um meio-termo entre orkut e IM. Vou tentar explicar a sensação: durante anos como membro, nunca consegui me adaptar ao orkut; detesto o esquema de "recados", onde se entra e espera carregar uma página gigante, para enfim visualizar um monte de informação sem expressão nenhuma. Eu já não me sinto conectado a ninguém pelo orkut, é como se fosse apenas uma vitrine onde o produto sou eu.

Já o MSN Messenger, que conheço desde o surgimento, considero irritante. Não é possível manter conversas regulares com ninguém por mais de dois minutos, uma vez que as pessoas passam o dia nesta coisa e desgastam qualquer assunto. Além do mais me chateiam as pessoas conectadas diretamente comigo. É como se estivessem plantadas na minha frente, esperando eu falar, um tipo de pressão moral.

Com o Twitter/Jaiku é diferente: você sabe que aqueles caras estão ali, conectados, porque vez ou outra alguém fala algo. É como se fosse uma extensão da minha sala, onde vários amigos que eu nunca vejo (alguns que eu nunca vi, inclusive) estão sentados. Consigo me concentrar no trabalho (ao contrário do MSN), e ao mesmo tempo sinto a presença das pessoas, que de vez em quando soltam alguma piada ou mandam o link de uma notícia interessante. Exatamente como acho que deve ser um espaço de trabalho. Outra coisa é que as pessoas não se comunicam diretamente (apesar de possível), elas falam pra quem quiser ouvir - ou seja, sem pressão.

Resumindo (nunca na história deste país você vai ver outras analogias como essas):

1) o orkut é um zoológico onde cada um tem uma jaula, e de vez em quando jogamos amendoins uns para os outros;
2) os IM são salas onde as pessoas ficam te encarando, esperando você falar com elas, e onde inevitavelmente vai começar um papo de fila de banco: "opa!", "e aí, como é que vai?", "pois é", "vamos marcar";
3) o Twitter (e o Jaiku, enfim) é um salão, onde todos estão sentados fazendo suas próprias coisas e se comunicam quando e como querem - no strings attached.

Agora, o Facebook. Esse vai ser difícil de me conquistar. Embora possua muitos elementos extras que superam o orkut (como a possibilidade de instalar aplicativos na sua página, transformando-a em um portal pessoal), a coisa ainda é muito estranha, <clichê> a interface é pouco amigável </clichê> e eu tenho certeza de que logo logo vou deixar pra lá também. Fiz meu cadastro, tá lá minha página, mas não tenho vontade de visitar. Só o que me interessa são os aplicativos [sensor de presença nerd ativado]. No mais, é como o orkut: vitrinão.

P.S. 1: Como me iniciei no Twitter e só conheci o Jaiku depois, fico com o primeiro. Nem sei se existe alguma diferença, e nem me importa. Não tentem me convencer a mudar e eu farei o mesmo. O Jaiku é seu e você que sabe o que fazer com ele.
P.S. 2: Aguardem um possível bost daqui há alguns dias desmentindo tudo que eu falei e dizendo que o Facebook é a melhor coisa que já apareceu na internet. Eu me conheço.
P.S. 3: Não são todos os IM que eu odeio. Do Google Talk eu gosto. Aliás, quase tudo que o Google faz eu gosto. Espero que isso sirva para alguma coisa quando o Google. a Alchemax e a Stark-Fujikawa governarem o mundo.

Passando a hipoglós!

Você, leitor (note o uso do singular) deste blog deve pensar mal de mim com certa freqüência. Sei que posso parecer pretensioso; alguém deve estar achando que quero ser aquele tipo "a sociedade é fútil e eu sou melhor do que ela", mas é que eu me irrito diariamente com o comportamento das pessoas.

Eu já consegui encontrar bons amigos nessa vida e já me acostumei com a raia miúda que permeia o resto da civilização, mas quero saber se meu filho(a) vai ter essa chance também. Quero que sobre pelo menos alguém com quem ele(a) possa conversar. Aliás, eu quero que ele(a) SEJA uma pessoa com quem se possa conversar.

E a maior prova de que não sou um hipócrita desesperado por atenção é que ninguém lê este blog e eu continuo escrevendo. Não escrevo para chamar atenção chocando os outros. Nem tampouco posso dizer que "escrevo porque preciso", porque é mentira (seria verdade se eu ganhasse algum dinheiro com este lixo). Escrevo mesmo é porque quero que alguém leia e veja como eu sou legal. Mas se ninguém entrar, já basta EU olhar e pensar como eu sou legal! Notou a diferença?

P.S.: Esse bost é uma preparação para os próximos, para amaciar a sua opinião, leitor! (Sim, é você mesmo! Meu leitor favorito!)

sexta-feira, outubro 26, 2007

Essa pica agora é do aspira!

Eu tinha que postar isso:

Um sargento da PM de Natal de um lugar qualquer tascou a seguinte assinatura no termo de recebimento de um ofício:


Atentem para a mensagem subliminar sutilmente escondida nos garranchos. Parece que cada um tem a Tropa de Elite que merece.



P.S. 1: Para ler a notícia original, clique no troço. Mas clique devagarzinho.
P.S. 2: Tá reclamando? Quem desenhou esse negócio foi VOCÊ, é VOCÊ quem financia essa merda, seu viado!


És hoy!



Como participante ativo de la blogosfiera brasileña (y que no puesta nada hace más de uno mês), no puedo me abster de ingresar en "Lo Dia Internacional de Hablarse Portuñol", más una iniciativa original de Cris Dias e demás blogueros nacionales. Ese dia és una homenage a nostros compañeros latino-americanos, e a esi pseudo-idioma tán querido por todos, quasi un esperanto de los puebres.

Sólo así nosotros, miembros desta jodida américa-latina, puedemos nos comunicar sín pagar una pequeña fortuna en cursos de línguas. Porque aprender español, se hablando com la língua para fuera nos fazemos compreender? Y como és que yo puño aquela interrogacione de ponta-cabeza?

Tengo que encerrar la postage, pos ahora, nestre preciso momiento, mi corretor ortográfico acaba de despirocarse. Ay, caramba!

P.S.: Para quiem aguarda el "Dia de Hablarse como la Truepa del Elite", informo que TODOS los dias són para hablar como Truepa del Elite!

segunda-feira, setembro 24, 2007

Coincidência? Eu acho que não.

Essa é rápida:

Ontem Andréia (minha esposa) e eu estávamos falando das vezes que ela tentou fazer cooper. Andréia é uma atleta intermitente, e sempre que resolve correr acaba acontecendo alguma coisa.

Da última vez, no dia que ela ia começar, teve uma indisposição. Antes disso, nos primeiros dias estourou o joelho. Antes ainda, quando ela tinha acabado de sair, pisou num espeto de churrasco que entrou no seu dedão. Comentando sobre os fatos, ela percebeu que o universo conspirava contra seu exercício.

Pausa.

Pouco tempo depois ela me pergunta:
- Amor, quando foi que eu comecei com esse negócio de corrida?
- Em dois mil e quatro - respondi.
- Eu sabia. Derrubei o avião de Lost.

sexta-feira, setembro 21, 2007

"É meu vizinho, dotô. Ele tá reformando o quarto e a obra tá desteiorando toda minha casa, me prejodicano muito."

A nova coqueluche dos contribuintes natalenses é telefonar para a SEMURB (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo), onde eu trabalho. Antigamente só recebíamos denúncias de obras grandes, relevantes, ou de invasões em áreas de proteção ambiental, coisa fina mesmo. Atualmente recebemos denúncias desde jumento morando em praça pública até vizinho que não varre a calçada. Isso quando não ligam pra dizer que fulano tá batendo na mulher ou que cicrano da rua "tá vendeno tóchico".

O cúmulo da ociosidade são as pessoas que ligam denunciando obras ainda nem iniciadas. É a denúncia prévia. Ontem mesmo verifiquei duas dessas. Em uma, sei-lá-quem achou que iam iniciar uma obra porque apareceu um qualquer limpando um terreno baldio. Na outra, tinha uma placa anunciando "em breve neste local" e um lote completamente desocupado. Sabe aquele barulhinho de grilo?

A solução para este problema seria abrir um concurso para precog. Tem uma salinha lá pra gente botar o tanque dos videntes. O concurso podia ser assim: abertas as inscrições, marcava-se o dia da avaliação; os candidatos, então, entregavam os gabaritos uma semana antes da aplicação das provas, e quem acertasse mais questões estava dentro.

Pensando bem, não ia funcionar, porque os melhores iam adivinhar que não existe plano de carreira e desistiam antes da inscrição. Além do mais, que merda de vida essa: passar o dia dentro daquela gosma, dormindo, acordando e gritando o tempo inteiro. Aliás, eu nunca entendi qual é a do tanque; não dava pra comprar uma cama pra cada e deixar um caderninho do lado? E já imaginou uma happy-hour com esses sujeitos depois do expediente? Tipo, você conta a piada e ninguém ri porque todo mundo já sabe o final?

É, precog não rola. Melhor mesmo para resolver o problema das denúncias prévias é criar o Auto de Infração Pré-Datado. A gente entrega autos com a data em branco para toda a população, e avisa que quando forem começar uma obra irregular é só assinar e comparecer à Secretaria. Ou então, quem sabe, é um sonho que eu tenho: e se as pessoas só denunciassem o que prejudica a cidade, ou fere a lei, e as outras legalizassem suas construções?

Outro paliativo que me veio agora à cabeça seria distribuir baralhos e dominós para os idosos da cidade, porque pelo menos metade das denúncias furadas vêm desta faixa etária. Os outros cinqüenta por cento se dividem em vizinhos ranzinzas, transeuntes que tropeçam na calçada e donas-de-casa desesperadas. Ou, pior, as três coisas juntas.

Exposto o problema, estou aberto a sugestões. As melhores concorrem a um Auto de Infração no valor de três mil reais.

E você? Já foi denunciado hoje?

quinta-feira, setembro 20, 2007

O tamanho do bolso do brasileiro.

Você acha que este bost só pode ser sobre os problemas econômicos nacionais? Não me subestime e observe.

É impressionante como a gente vê coisas estúpidas todos os dias e nem se dá conta. Para terem uma idéia, comecei esta semana a ler "Os Irmãos Karamazovi", de Dostoiévski. Pouco importa a história em si, quero falar sobre o livro, o objeto. Para quem não conhece, "Os Irmãos Karamazovi" é um romance gigante, que conta uma longa história, quase uma saga familiar. O que se sucede é que só no Brasil se consegue comprar uma versão da "coleção livros de bolso"...

Livro de bolso? Não tenho como colocar uma foto para vocês verem a proporção, mas imaginem um tijolo. Daqueles maciços. Coloque mais dois quilos e você terá uma idéia do exemplar. Que bolso comporta tal peça de design? Um bolso de macacão, talvez? Seria este livro destinado aos operários da industria? E para que fazer uma versão de bolso d'Os Irmãos Karamazovi? Para ler rapidinho no ônibus? E eu, vou parar de fazer perguntas retóricas?

O que mais chama a atenção foram as soluções encontradas para reduzi-lo. Primeiro, as letras. Ah, são sempre as letras, coitadas.

Esse é mais ou menos o mesmo tamanho de fonte usado por eles. Está difícil acompanhar? Então imagine isso em setecentas páginas. O livro devia vir com uma bengala e um cão-guia, porque eu estou ficando cego. Quando leio uma linha e vou passar à outra, levo meia hora tentando encontrá-la no meio daquele monte de pontinhos pretos.

De olho na sua saúde, não vou continuar (campanha Perdigotos de respeito ao leitor).

Outra solução genial é o papel utilizado. Se eu ficar sem papel higiênico em casa pode ter certeza que os irmãos Karamazovi vão vivenciar mais uma tragédia. Talvez só não tenha coragem de cometer essa barbaridade porque a tinta é muito ordinária - eu ia acabar ficando uma semana com a descrição do mestre Zósima tatuada nas nádegas. Acho até que para esse fim uma página sobre Smerdiakóv seria mais apropriada. A propósito da qualidade de impressão, o que posso dizer é que no final do livro tem escrito: "Impresso em Mogúncia". Depois vou procurar uma edição melhor em sebos, porque de repente até andaram cortando algum parágrafo "desnecessário".

Não posso negar que existe uma boa intenção por parte disso tudo. Realmente o preço do livro é baixo (para os padrões nacionais), mas não chega a ser barato. Há poucos anos atrás eu comprei vários obras da literatura mundial por dez pilas cada, algumas tão extensas quanto essa, mas que tinham letras e folhas maiores (e mais páginas). Esse meu exemplar, a quem interessar possa, custou vinte e nove reais. Dava pra fazer por menos. Podem me falar do papel que ficou mais caro; podem me falar da dificuldade das distribuidoras; podem me falar que as editoras estão em crise; se podem me falar tanta coisa, eu também não vou ficar calado.

Agora vou terminar de ler o livro, senão vou ficar de bom humor e esse blog vai virar uma merda.

Como prometido anteriormente, a título de experiência vou encerrar o bost com um chavão. Lá vai:
"No mais, galera, é isso aí."

P.S.: Alguém mais observador deve ter notado que eu acho normal desconhecer "Os Irmãos Karamazovi", um clássico da literatura, mas sou intolerante com quem não sabe o que é "Lost". Então alguém mais observador podia se meter com sua própria vida.

quarta-feira, setembro 19, 2007

Assim como são as coisas são as arquiteturas.

As pessoas que me conhecem há bastante tempo nunca imaginariam (acho) que eu me tornaria um funcionário público. Sempre detestei trabalhos rotineiros, sempre gostei de desafios, inventar coisas e observar como o mundo funciona. Por isso fiz arquitetura. Na verdade, na verdade mesmo, fiz arquitetura porque era o primeiro na ordem alfabética da ficha de inscrição do vestibular. Mas dizer que foi por vocação sempre desperta uma estranha emoção na escumália. Interessante isso.

Uma grande verdade é que a arquitetura caiu de pára-quedas na minha vida, e até o terceiro ano de faculdade tinha pouco ou nenhum interesse pela coisa. Mas uma professora - sempre tem um(a) - me fez despertar para o arquiteto que estava dentro de mim (não se atreva a fazer esta piada ridícula). E isso porque quando eu entrei na faculdade nem sabia o que um arquiteto fazia! Ouvi durante todo o curso meus colegas falando que desde crianças gostavam de desenhar plantas de casas, olhar projetos em revistas e jornais. Não sei necessariamente se isso significa alguma vocação, porque desde pequeno sempre gostei dos Transformers e nem por isso queria ser um robô gigante. Ah, quem eu estou tentando enganar? Claro que eu queria ser um robô gigante!

O fato é que aquilo me causava um mal-estar. Metade da minha turma de faculdade vinha da Escola Técnica Federal (atual CEFET), e a outra metade (menos um) já havia contemplado de alguma forma essa opção profissional; eu (o "menos um"), por outro lado, gostava de ler, de desenhar. Queria mesmo era ser escritor ou cartunista e glamurosamente viver sem um tostão. Enquanto todos exibiam suas vocações prematuras para o ramo, eu ficava disfarçando o desconforto com minhas famosas (nem sempre apreciadas) tiradas.

E é impressionante a idéia que se esconde atrás das "vocações", tão buscadas atualmente (principalmente pelos jovens em idade pré-vestibular). Implica em um tipo de predestinação divina, segundo a qual todos nascem com um destino "sugerido" por Deus. Eu acredito que todos têm facilidade para algumas coisas e outras não, isso é óbvio, mas será que nascemos com isso ou aprendemos na infância? Voto na segunda hipótese, mas infelizmente vou deixar a argumentação para outra ocasião.

Minha lição para você, vestibulando, é não se estressar com esse papo de vocação. Hoje sou um arquiteto satisfeito com a carreira, e que sente falta de não dedicar mais tempo à ela devido ao meu emprego público de meio expediente. Nem por isso, porém, deixo de sentir falta também de desenhar, ler e escrever, razão pela qual vocês me encontram sempre, de vez em quando - ou nunca - por aqui.

terça-feira, setembro 18, 2007

Blog together, die alone!

Como disse anteriormente, acabo de voltar de viagem. Fui para o Rio Grande do Sul e depois para Buenos Aires. Bom, e daí? Daí que este bost que vos apresento é para falar da minha paranóia causada por "Lost". Não entendeu? Lost? Viagem? Onde isso vai parar? Calma, acompanhem os acontecimentos.

Aviso: se você não sabe o que é "Lost", muito me espanta você saber ler.

Primeiramente, comprei minhas passagens pela BRA, totalmente desinformado sobre as recentes mudanças comerciais da companhia. Entrei no avião, sentei naquele buraco que eles chamam de poltrona e subitamente dou de cara com o nome "OceanAir". Suor nas mãos. Para quem não sabe, o avião que caiu na ilha de Lost pertencia à Oceanic Airlines.

Tudo bem. Nem se parece tanto assim. Mais calmo, ouço o piloto e sua velha ladainha em um inglês que faria inveja ao Borat: "uélcome tudé fláite", "dom ismôuque on de pleine", etc. Geralmente imagino a professora do Charlie Brown falando e fica tudo bem, mas espere! Ele disse "namaste"? Depois de tudo, ele disse "thank you, and namaste". Eu ouvi, minha esposa ouviu também. Claro, não somos exemplos de lucidez, já que sempre ao final dos episódios ficamos correndo em círculos gritando e balançando os braços pra cima. Mas o que ele poderia ter dito? Good night? Have a nice trip? Nada parece bater com "namaste".

O translado correu sem mais excentricidades, até porque por estarmos na parte da frente do avião sobreviveríamos de qualquer forma. Mas aquilo ficou na minha cabeça.

De volta à Natal, em meu velho trabalho de fiscal de obras da prefeitura, me deparo com a seguinte situação: uma construção estranha, em uma rua pouco movimentada. Paramos o carro na margem oposta e quando estávamos atravessando a rua, o vigia da obra nos intercepta antes que cheguemos à entrada, perguntando do que se tratava. Explicamos, e obtivemos o endereço do escritório aonde devíamos nos dirigir. Antes de sair, discretamente batemos uma foto da placa da misteriosa obra. Veja com seus próprios olhos.



Aproveito agora para me despedir preventivamente de vocês, pois não sei se estarei vivo para continuar este blog.
Pela atenção, obrigado. E namaste.

O que o que é que com a idade vai ficando mole e uma hora pára de funcionar? Sim, é isso mesmo. O juízo.

Ás vezes eu tenho a impressão de que minha cabeça está enferrujando. Até uns três anos atrás era muito fácil começar um bost como esse e quando terminava me dava orgulho de lê-lo. Li e reli várias vezes os bosts antigos e sempre acho graça, nem parece que fui eu que fiz. Outras vezes vejo alguns desenhos meus, ou minhas velhas opiniões em tópicos antigos do orkut, e novamente imagino que não sou capaz de repetir o feito hoje. Eu pensava muito rápido, tinha resposta pronta para tudo, e de uma hora para outra isso acabou? Para onde foram meus neurônios? Quem mexeu no meu queijo?

Sim, meus amigos, a velhice chega e não são só seus dentes, seus filhos, sua libido e sua criatividade que vão embora. Antes que alguém se manifeste, sou novo ainda (27 anos) e por enquanto, dos itens citados, só minha criatividade está sendo afetada. Acontece que eu tenho me dedicado muito a trabalhos maçantes e repetitivos, fazendo relatórios, mergulhado em burocracia, e isso realmente pode afetar sua mente. Por isso voltei a escrever aqui. Preciso com urgência botar minha cabeça para funcionar, retomar minhas piadinhas infames (isso é que têm sido difícil).

Vou voltar a desenhar. Recentemente mandei uns quadrinhos meus para um site e o retorno foi bastante positivo, me deu ânimo de voltar à carga. Pena que depois dessa cargada inicial fiz uma viagem e voltei meio preguiçoso para trabalhar e criar. Mentira. Pra trabalhar eu sempre fui preguiçoso.

Como sempre, post terminando no nada. Estou pensando em usar aquelas frases feitas no final dos bosts, tipo "no mais, galera, é isso aí". O que vocês acham?

P.S.: não sei por que termino minhas incursões com uma pergunta. Ninguém lê isso mesmo. Ou lê?

sábado, setembro 15, 2007

O Pescador Parrudo e o pioneirismo nacional (ou: Save The Parrudo, Save The World)

Vocês já viram "Lost"? Já viram "Heroes"? E "Kubanacán", vocês viram? Se você não sabe nem do que eu estou falando, saia daqui agora. Do contrário, continue lendo.

Dia desses estava no trabalho conversando sobre "Heroes" quando de repente tive uma epifania: algum produtor americano andou assistindo "Kubanacán". Calma aí, vejam bem. Vou colocar entre colchetes as referências. Prestem atenção:

A novela das sete (Kubanacán) era centrada em um personagem de passado misterioso, Esteban Maroto, que cai do céu pelado e desmemoriado, mas que apresenta habilidades espantosas [Kyle XY]. Tentando se aclimatar à vida na ilha de Kubanacán, tem flashbacks esporádicos do passado [Lost], e revela uma espécie de dupla personalidade: às vezes um cara bonzinho e tranqüilo, às vezes confiante, cínico e perigoso [Nikki/Jessica - Heroes].

No decorrer da trama, Esteban tem visões de uma bomba explodindo no meio da capital [Isaac Mendez - Heroes] e resolve que deve impedir esse acontecimento, mas para isso precisa juntar pistas de quando exatamente ocorrerá [Heroes, 24 Horas].

Ao final, descobre-se que na verdade Esteban é um homem que foi enviado do futuro para impedir a tal explosão [Hiro do Futuro - Heroes] e que suas ações na verdade foram a causa da mesma. O dito alter-ego perigoso na verdade era seu pai (idêntico a ele), que acreditava-se estar morto mas observava tudo às escondidas.

Dentro deste contexto cabe ressaltar:
- a trama faz referências a outras mídias, como os quadrinhos [Heroes], e à cultura pop em geral com nomes e situações [Lost];
- a montagem das cenas de ação dividia a tela em três ou quatro quadros menores, mostrando diversos ângulos e personagens simultaneamente [24 Horas];
- muitos personagens enigmáticos aparecem e desaparecem no desenrolar dos capítulos revelando alguns mistérios e criando outros [Lost];
- o pai (na verdade avô) do protagonista é um picareta que eventualmente retorna à trama para obter favores de Esteban, através de chantagem emocional [Pai do Locke - Lost];
- em um dado momento, próximo ao fim da novela, uma das mulheres dá à luz gerando uma criança supostamente fora do comum [Claire - Lost] e que, como descoberto depois, era o próprio Esteban;
- a novela começou em 2003, quando "24 Horas" era o único dos seriados citados que já estava no ar.

Dito isso, acrescento: eu sempre soube que a semelhança do Mohinder com o Pescador Parrudo não era mera coincidência.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Regras da vida

Coisas que aprendi ou confirmei neste último ano:

- Se você escrever algum negócio bacana em comunidades do orkut, salve no computador. Porque um dia a merda da comunidade é apagada sem avisar ninguém, e você fica na mão;
- Ser nerd é uma coisa legal, porém bastante discriminada. Ouça um Nerdcast e descubra;
- Poucas pessoas sabem ouvir, e uma quantidade menor ainda sabe ler. Escrever, então, ninguém sabe;
- O casamento é ótimo. Quem fala mal é porque escolheu a pessoa errada. Ou é a pessoa errada;
- O melhor que um adulto pode fazer é deixar a casa dos pais assim que tiver condições. Ou antes;
- Se viajar de férias, nunca fique mais de uma semana em um mesmo lugar;
- Para terminar, um clichê: não perca seu tempo lendo este tipo de texto na internet.

Como você pode notar, nenhuma novidade. Terei que desistir da minha carreira no ramo da auto-ajuda?

Que farei agora entre os que dormem?

Muitos (mentira) querem saber o que se sucedeu comigo durante esta ausência de mais de dois anos. Para satisfazer a vossa vontade, vou inventar uma história bem bacana.

Agora? Agora não. Aguardem.

Gentalha, tremei! Literalmente!

Fiquei emocionado com a notícia de um tremor de terra ocorrido em Tabuleiro Grande, interior do estado (RN), que alcançou três pontos na escala Richter. O Jornal Nacional até divulgou a notícia lado a lado com os terremotos da Indonésia (na hora eu e minha esposa pulamos juntos gritando "urrú!").

Minha maior emoção foi ver o povão falando de um "pobrema" sem botar a culpa em ninguém. Isso porque a patuléia tem mania de procurar logo um culpado - geralmente o governo - para tirar a responsabilidade dos próprios ombros; com desastres desse tipo é outra coisa: ou se vira sozinho ou senta no canto e chora, malandro!

Opa, chegou uma notícia agora: testemunhas afirmam que o culpado pelo abalo sísmico é o Renan Calheiros. Eu sabia! Aquele patife!

quinta-feira, setembro 13, 2007

Amigos da escola

Essa semana, na repartição onde eu trabalho, resolveram oferecer um curso gratuito de português para os funcionários. Disfarçaram o dito cujo com o nome de "Redação Oficial", que deve ser algum novo termo técnico do MEC para designar o antigo Mobral. No momento em que eu abria a boca para criticar a simploriedade do conteúdo, me chega às mãos uma denúncia onde se lê: "próximo ao semitério".

Me inscrevi no curso.
Para aprender? Não, para confirmar com meus próprios olhos que o redator da referida denúncia não está participando.

Já começou mal

Relendo meu bost anterior percebi o uso excessivo da palavra "voltar" e suas variações, o que me leva a crer que alcancei um novo patamar deixando os sinônimos para trás. Ser moderno é isso: para que escrever quando se pode apenas teclar?

Gley versão 2.0 - sempre antenado com a juventude do século XXI.

Ele está voltando, e quem quiser que acredite!

Após uma longa temporada afastado buscando encontrar a mim mesmo, observei que era perda de tempo: eu jamais estaria no tipo de lugar que eu freqüento! Então, agora que ter blog não está mais na moda percebi que é chegada a hora de voltar! Prendam as crianças, tranquem as esposas nos quartos e escondam seus cachorros, porque eu voltei!