segunda-feira, janeiro 12, 2009

Dez eventos cruciais dos quadrinhos no cinema

Este final de semana estava lendo umas matérias antigas sobre o filme do Homem-de-Ferro e comecei a refletir sobre como as adaptações de quadrinhos evoluíram nos últimos anos, não apenas no caráter de produção (= dinheiro) quanto também na maturidade com que a coisa vêm sendo encarada. Daí para fazer uma lista superficial e desencalhar este blog mais superficial ainda foi um pulo.

Percebe-se que de alguns anos para cá as adaptações de quadrinhos ganharam um espaço especial na indústria do cinema, merecendo inclusive o respeito de vários profissionais conceituados. Na minha opinião isso se deve a uma série de eventos (e por "eventos" entenda-se cenas, atores e até mesmo filmes inteiros) que levaram a coisa toda a um patamar mais elevado, e são esses eventos que eu resolvi enumerar aqui. Lembrando que, como eu disse, essa é A MINHA OPINIÃO.

Número 10: A realização de Superman, O Filme (Superman/1978)
O primeiro filme de super-herói realmente bom, com um roteiro que embora não seja totalmente fiel aos quadrinhos (nem às leis da física), resguarda a essência do personagem. Um bom argumento que segura o espectador até o final e o faz se identificar com o protagonista, além de efeitos especiais excelentes para a época, fizeram de "Superman, O Filme" (eu adoro acrescentar esse "O Filme") um sucesso comercial; mesmo sendo lançado para o público infanto-juvenil, trazia consigo algumas estratégias para conquistar também os adultos, principalmente a seleção de atores como Marlon Brando, Gene Hackman e o próprio Christopher Reeve, que deixavam mais interessantes as piadas simples do texto.

Número 9: Os vilões de Superman II - A Aventura Continua (Superman II/1980)
Assim que você se recuperar deste subtítulo idiota do nome em português, lembre-se do impacto que este filme causou quando o assistiu ainda criança (supondo que meus leitores tenham pelo menos uns 25 anos). A idéia de usar vilões com os mesmos poderes e em maior número era a única maneira de proporcionar um perigo real para o herói, e para o público a quem se destinava era uma verdadeira obra-prima. Esse filme mostrou que era possível executar uma batalha envolvendo vários personagens poderosos. Não posso deixar de comentar o epílogo da história, quando o ainda politicamente incorreto Clark resolve se vingar do valentão no bar.

Número 8: A escolha de Tim Burton para dirigir Batman (Batman/1989) Muito tempo se passou sem que houvesse um novo bom filme de herói. A Marvel tentou com algumas pérolas, que não me cabe citar, mas não alcançou um décimo do êxito de Supeman. Então a Warner/DC, depois de deixar o Homem de Aço destruir a reputação dele com os terceiro e quarto filmes, resolveu apostar no defensor de Gotham, personagem com admiradores tão fanáticos quanto exigentes. Para a época, posso dizer que agradou, apesar do Michael Keaton. A escolha de Tim Burton deu uma caracterização toda especial à cidade e ao personagem e mostrou que podia haver inovação nos filmes de quadrinhos. Infelizmente, presenciamos outra vez a a maldição dos terceiro e quarto filmes.

Número 7: A aparição de Wolverine, em X-Men (X-Men/2000)
Não é preciso dizer mais nada. Confesso que quando soube do filme dos X-Men, pensei: "Vai dar merda. Isso era para ter sido feito no final dos anos 70, com o Jack Nicholson como Wolverine e o Jon Voight como Dentes-de-Sabre". Desconfiado, fui ao cinema sem expectativa nenhuma, inclusive assisti sem querer (uma amiga minha ia comprar os ingressos para "60 Segundos" e se enganou). Mas nos primeiros minutos de filme... taqueopariu. Hugh Jackman É o Wolverine. Mesmo sendo jovem, mesmo sendo alto, foda-se! Eu estou vendo o WOLVERINE no cinema! E com todos os maneirismos, a expressão corporal e as atitudes wolverinescas. Isso é a verdadeira magia do cinema, ver nossos ídolos em carne e osso. "O Ciclope é um babaca", "a Tempestade não tem atitude", foda-se de novo! Quem gosta do Ciclope? Eles acertaram no Wolverine, que é o único X-Men com "espírito". É o marco inaugural da segunda fase das adaptações de quadrinhos.

Número 6: As acrobacias do Homem-Aranha (Spider-Man/2002)
Já no embalo de X-Men, eu só tinha uma dúvida com relação ao Homem-Aranha: como tornar verossímeis aqueles saltos e peripécias que fazem a alma do amigo da vizinhança? Com computação gráfica, meu filho! Se em X-Men ela foi usada pouco devidos à restrições orçamentárias impostas pela Fox (que não acreditava no projeto), em Homem-Aranha a Columbia não poupou grana e a equipe manteve os efeitos visuais no balanço correto, sem faltar nem sobrar.

Número 5: A estética de Sin City (Sin City/2005)
Sin City merece ser lembrado por duas coisas: a primeira é por mostrar ao grande público que existem quadrinhos adultos e sem super-heróis, e a segunda, mais importante, é que cinema é imagem. Robert Rodriguez e seu piolho Frank Miller utilizam com destreza uma fotografia preto-e-branco de alto contraste, com algumas inserções de cores, e reflete da forma fiel o clima noir moderno criado pelo autor nas graphic novels. A história é ótima, mas a película faz a diferença por causa do visual.

Número 4: A cena pós-créditos em Homem de Ferro (Iron Man/2008)
Esse para mim é o quarto momento mais importante desta lista. Se você não assistiu o filme, cai fora porque é spoiler. Na cena final, quando Samuel L. Jackson aparece como Nick Fury (só isso já é fantástico), ele trava diálogo com um desconfiado Tony Stark e, com sua frase final, encerra a segunda fase da nossa lista: "Estou aqui para lhe falar sobre o projeto Vingadores." Taqueopariu. Se concretizada, essa idéia pressupõe a transposição de todo um universo para o cinema, já que nunca antes houve interação entre as diversas adaptações (o filme da Elektra não conta, até porque não tem nada a ver com o do Demolidor). A conexão entre vários personagens abre um vasto campo para roteiristas e diretores explorarem (e eventualmente cagarem) toda uma realidade que até hoje só foi explorada (e freqüentemente cagada) nas revistas.

Número 3: O primeiro trailer de Watchmen (Watchmen/2009)
Assisti este trailer descompromissadamente em um site e a única coisa que me veio à cabeça quando terminou foi um "puta merda". Foi possivelmente o melhor que eu já vi na vida. A iluminação, a música, as cenas selecionadas, tudo muito bem encaixado e juro que quando percebi que aquelas peças voando eram a montagem da Fortaleza de Marte quase chorei. Quem leu a história e aguardou com ansiedade a versão cinematográfica deve ter sentido a mesma coisa. Ao todo, já vi umas trinta vezes. E, quando vi a primeira vez, ainda teve o mérito de me preparar para o próximo item da lista, que eu iria ver naquele mesmo dia.

Número 2:
O conceito por trás de O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight/2008)
Christopher Nolan já tinha dado a dica em Batman Begins, mas somente em O Cavaleiro das Trevas foi possível tornar tão real uma história envolvendo um chamado "super-herói". A história é toda fundamentada na nossa realidade, com cidades de verdade e justificativas plausíveis para as ações dos personagens. Isso não é possível em um personagem com superpoderes, mas para o Batman é perfeito. Claro que um cara usando fantasia de morcego é ridículo, e por isso Batman Begins não está na lista, mas n'O Cavaleiro das Trevas isso é desprezível. A realização foi tão boa e o roteiro tão enxuto e bem amarrado que não é difícil de acreditar na existência de um milionário maluco do caralho. Aqui tem início a terceira fase da lista: onde acaba o filme de quadrinhos e começa o cinema.

Número 1: O Coringa de Heath Ledger
Alguém deve estar se perguntando porque não incluí isso no item anterior, mas não dava. O Coringa deste filme é um evento por si só. Nunca ninguém emprestou tanta credibilidade a um personagem de quadrinhos, e olhe que já tivemos Robert Downey Jr. como Tony Stark. Heath Ledger emocionou qualquer um que já leu uma história do Batman, não porque incorporou o personagem, mas sim porque o transcendeu. Ninguém, em mídia alguma, captou tão bem o conceito que permeia o Coringa - nem Frank Miller. Ele é uma entidade, não é uma pessoa. É o rosto do caos, sem passado, sem background, completamente injustificável, porque contar sua origem é matar a imprevisibilidade. Eu sei que os roteiristas do filme têm muito crédito na concepção do personagem, mas o fato é que se ele não fosse convertido em realidade, se o espectador não visse o filme e pensasse que aquele psicopata podia perfeitamente estar no Jornal Nacional e não no cinema, sem isso tudo seria em vão. Eu só não temo a ação desta interpretação sobre as mentes mais influenciáveis porque até elas sabem que ser Coringa não é para os fracos.

P.S.: No final das contas a lista, que era para ser somente em ordem cronológica, acabou ficando em ordem de importância também. Acho que é porque cresci assistindo a esses filmes e a cada momento citado vivi na pele a sensação de ficar mais exigente. Esse bost foi meio piegas, mas acreditem, os quadrinhos realmente tiveram papel fundamental na minha formação e por isso dou tanto valor a eles.

Atualização: Editei este post só para acrescentar que o filme do Watchmen se revelou uma merda foda. Grato, sem mais para o momento.

sábado, maio 10, 2008

Top 10 Arquitetos no Cinema

Hoje eu fui emprestar para um amigo o DVD de "12 Homens e Uma Sentença" (ou "12 Angry Men", como diria a mulinha) e acabei me lembrando de fazer este bost que há muito tempo venho devendo.

É muito fácil encontrar nos filmes personagens com profissões "emocionantes" como policial, jornalista, médico ou advogado (aliás, quem acha que advogado é uma profissão emocionante, nunca foi um). Também é fácil ver profissões "glamurosas" como esportista, músico ou escritor (aliás, quem acha que escritor é uma profissão glamurosa, nunca foi um). O difícil mesmo é aparecerem profissões "sem-graça", como encanador, jardineiro, bibliotecário ou arquiteto (aliás, quem acha que arquiteto é uma profissão sem-graça, provavelmente já foi um). Por esse motivo, sempre que aparece um arquiteto em algum filme, mesmo que não exercendo a profissão, eu memorizo. E é graças a essa excepcional capacidade mnemônica que eu tenho o orgulho de apresentar...

TOP 10 ARQUITETOS NO CINEMA!

10º Colocado: Proposta Indecente (Indecent Proposal/1993)
Woody Harrelson faz o papel do arquiteto cornão que aluga a mulher por uma noite para um milionário. Só figura aqui para demonstrar a minha velha máxima de que Hollywood acha que todo arquiteto é otário. E de que todo castigo pra corno é pouco.

9º Colocado: O Pentelho (The Cable Guy/1996)
Gerador de opiniões conflitantes (uns acham que é um grande cocô, outros acham que não é grande nem pra ser cocô), essa comédia não me conquistou da primeira vez que eu assisti. E na segunda? Não, só assisti uma vez mesmo. Ainda assim consta na lista por ter uma boa atuação de Jim Carrey, e pela antológica cena no "Medieval Times". A minha querida profissão aparece na pele de Matthew Broderick, co-protagonista, que representa um arquiteto com uma vida pessoal (<-- paradoxo) complicada pelo indesejável amigo pirado.
 
8º Colocado: Click! (Click/2006)
Filme que começa como uma "comediazinha" (esse é o nome do meio de Adam Sandler) e termina como um drama familiar. Justifica a lembrança porque revela ao mundo a realidade da profissão (prazos curtos, pouco reconhecimento, pouco tempo para a família, enfim, uma grande m...).

7º Colocado: Tempo de Recomeçar (Life As A House/2001)
Drama sobre a complicada vida de um arquiteto (<-- redundância) que recebe o diagnóstico de câncer terminal. A partir daí resolve fazer valer seus últimos dias, reaproximando-se da família e realizando um antigo sonho: construir sua casinha. Bocejo. Clichês à parte, o filme até que é assistível.

6º Colocado: A Casa do Lago (The Lake House/2006)
Não é nenhum Matrix, mas Keanu Reeves convence no papel do arquiteto que se comunica por cartas com uma moça em tempos diferentes. Ganhou uma menção por conseguir juntar um arquiteto e viagens no tempo na mesma película, mesmo sem ter sido escrito por mim.

5º Colocado: Sem Medo de Viver (Fearless/1993)
Um cara (Jeff Bridges) sofre um acidente de avião e tem sua cabeça transformada, se tornando um homem sem medo. Não, não é Lost, não é o filme do Demolidor, é apenas a história de um arquiteto que se acha um deus indestrutível. Ou seja, um arquiteto como todos os outros.

4º Colocado: Um Caso A Três (Three To Tango/1999)
Drama que retrata a vida de um arquiteto heterossexual (Matthew Perry) que é confundido com o sócio e passa a ser visto como gay pelo seu mais novo contratante milionário. Para não perder a grana, acaba entrando na onda e para sua infelicidade se apaixona pela mulher do chefe. Na caixa do DVD vem escrito "comédia", mas se todo mundo achasse de repente que eu era homossexual, pra mim isso ia ser um drama foda. Veja para saber que 1) Arquiteto faz projetos de edificações, não de decoração; 2) Nem todo arquiteto é viado; 3) Alguns são, então desconfie.

Rufem os tambores (não tem mp3, apenas imaginem), pois estamos chegando ao pódio! Conheçam os três melhores filmes de arquiteto já feitos!

3º Colocado: Vontade Indômita (The Fountainhead/1949)
Clássico filme baseado no romance homônimo (em inglês) de Ayn Rand (intitulado "A Nascente" no Brasil), esse filme conta a história de um ficcional arquiteto entusiasta do movimento moderno, que luta para fazer valer seu direito contra a desfiguração de seus projetos nas mãos de críticos, construtores e de outros arquitetos, que considerava "ultrapassados" (a velha história do modernismo contra o ecletismo). Apesar da atuação canastra de Gary Cooper (a cena do elevador no final é emblemática), assista este filme, principalmente se você acaba de ter uma desilusão profissional. Uma curiosidade é que dizem ser esta história inspirada na vida de Frank Lloyd Wright, mas eu não vejo muitas semelhanças biográficas.

2º Colocado: 12 Homens e Uma Sentença (12 Angry Men/1957)
O filme foge um pouco do tema deste bost, afinal trata de um júri debatendo um caso de assassinato. Mas o protagonista da história é um arquiteto (Henry Fonda) que tenta convencer todos os jurados da presumida inocência do acusado. Além de ser um excelente filme, botei na lista porque coloca na tela a notória (pelo menos para mim) superioridade intelectual dos arquitetos.

1º Colocado: Desejo de Matar (Death Wish/1974)
Podem reclamar, mas um filme onde o Charles Bronson faz o papel de um arquiteto que vinga a morte de sua filha assassinando os marginais de Nova Iorque não podia ficar em outra colocação senão no primeiro lugar. Parabéns a Brian Garfield que escreveu esta inusitada porém edificante história, pois arquiteto mais testosterona do que esse só se o Chuck Norris fizesse o papel principal.

Vocês acabaram de ver mais um serviço oferecido por este blog, que espera por uma maior valorização da profissão de arquiteto (e quando eu digo "valorização" eu quero dizer "me dêem mais dinheiro").

P.S.: Aqui eu me restringi à figura do arquiteto (o profissional) no cinema e não à arquitetura em si, então não me venham falar de Meu Tio, ou de Intriga Internacional com sua casa FLW, porque eu já sei e não dou a mínima.

segunda-feira, março 17, 2008

O Digital Drops faz dois anos e quem ganha o presente é VOCÊ! (Reversal Russa, sobre o Digital Drops)

Vários motivos me levaram a fazer este bost, entre eles: 1) gosto muito de posts com temas pré-definidos; 2) gosto mais ainda quando me dão alguma coisa por eles; 3) Luke Skywalker cheira bem, mas o Boba Fett! Acompanhem:

O ano é 2006, mês de fevereiro

Naquele tempo o Perdigotos estava inativo por falta de idéias boas (as idéias continuam ruins hoje, mas minha auto-crítica diminuiu) e, sem ter nada a ver com isto, entrava no ar o primeiro post do Digital Drops, um excelente blog sobre tecnologia que veio a mudar minha maneira de ver o assunto. Mas de que forma?

Entendendo o contexto da época

Como todo geek que se preza sempre acompanhei o mundo das bugingangas e da informática com muito interesse, até que lá pelos idos de 2005 o hype esfriou (para mim). A evolução tecnológica chegou a um patamar em que ninguém apresentava idéias novas, apenas aperfeiçoava as existentes.

Veja como exemplo os iPods. Em setembro de 2005 foi lançado o iPod nano (ainda na versão Luigi, não na atual versão Super Mário) e junto com ele a nova cara do iPod Classic (ou iPod "grandão"). Tudo muito bonito, mas... dã! Era um iPod pequenininho e outro fininho! E faziam as mesmas coisas dos outros!

Outro exemplo eram os videogames. A Microsoft acabara de lançar o Xbox 360, que era um console com milhares de recursos gráficos e sonoros, tudo muito bonito, mas... dã! Eu ainda tinha que apertar os malditos botõezinhos (cada vez em maior quantidade) para fazer a coisa funcionar!

E os celulares? Tudo que se lia sobre celular é que esse tirava foto com 1.3 megapixel, aquele tirava com 2 mp e esperem! Lançaram um com 3.2? Tudo muito bonito, mas... bem, vocês já sabem.

Os sites nacionais sobre tecnologia eram um caso à parte... A maioria deles ficava postando resenhas de aparelhos novos *bocejo* e o único que valia a pena era o bom e velho O Velho , que infelizmente com seu layout de técnico em informática fazia explodir meus neurônios gráficos.

Igual a qualquer brasileiro de classe média vivendo com o dólar a quase três reais, em 2006 só me restava ver na internet os aparelhos inacessíveis na vida (em) real. E qual é a graça de se ver iPods do tamanho do meu bolso de moedas se nem moeda eu tinha pra botar nesse bolso? Eu queria ver coisas diferentes, ousadas, e é aí que entra (finalmente) o Digital Drops.

A alternativa do Digital Drops

O Nick Ellis (dono do DD) não se preocupava em colocar apenas o que estava sendo lançado, mas sim em apresentar produtos conceituais, que nem saíram da prancheta de seus autores. Eram (e continuam sendo) invenções que fazem a gente babar pelo potencial que a tecnologia pode alcançar, mantendo a fé na humanidade (se um dia cair um desses na minha mão podem me matar, porque eu já vi tudo que queria).

Tanto que até hoje o Digital Drops consta em primeiro na minha lista de blogs, como vocês podem ver neste printscreen.

A favor temos também o fato do Nick Ellis sempre fazer promoções trazer produtos antenados com o meio-ambiente, além de apostar num design limpo e ágil e de nunca ter desistido de esperar o lançamento do iPhone, mesmo quando o improvável aparelho era motivo de piada (tipo o Chinese Democracy, do Guns N' Roses). Acho que nem o Gui Leite teve tanta paciência com a Apple.

Mesmo hoje, onde iPhones e Wii's passeiam pelas ruas, ainda me espanto com o que o futuro nos reserva (eu sei que o Wii não "passeia pelas ruas", mas esperem para ver o Portable Wii, ou P-Wii) .

É isso aí. De qualquer forma, parabéns ao site. Se eu não ganho o pendrive com este post sem nenhum poder de síntese, pelo menos ganho um link.
Até a próxima.
P.S.: Apesar da cara de post patrocinado, quem me conhece sabe que falei sinceramente sobre o assunto. Até porque quem ia patrocinar este meu blog? E para ganhar o quê? Dois leitores? Sim, você e esse cara esquisito aí espiando por cima do seu ombro!

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Faixa-Bônus

Enquanto pensava neste bost várias opções de título surgiram na minha mente. Veja e tire suas próprias conclusões sobre porque elas foram descartadas.
"Há (não) muito tempo atrás, numa blogosfera muito distante..."

"2006, o ano em que fizemos contato."

"O DD faz dois anos. Não o RPG, seu idiota."

"O Digital Drops faz dois anos e quem ganhará o presente SEREI EU!"
E pensando melhor, o título escolhido deveria estar aqui também...

quarta-feira, março 05, 2008

HP Pavillion série dv6000: mais do que um notebook, uma epopéia.

Aviso: não compre nenhum notebook HP da série dv6000. Explicações a seguir.

Há mais ou menos um ano atrás (março de 2007) comprei um notebook que eu já vinha acompanhando. Era um HP Pavillion dv6110 que estava em promoção num preço ótimo (para a época, hoje eu compraria um três vezes melhor com o mesmo valor). Feliz da vida, fui para casa.

Com a nova aquisição, minha vida mudou para melhor. Podia trabalhar em qualquer lugar, não tinha mais que esperar chegar em casa, podia passar mais tempo com Andréia. Otimizei o meu tempo de trabalho na secretaria (computador de órgão público quem conhece sabe que é uma grande merda, todos bichados e cheio de bugs) e até sobrava um espaço para eu fazer alguma coisa pessoal. Mas quando eu chegava em casa ainda tinha que usar meu velho (e cansado) micro para acessar a internet.

No começo deste ano uma nova era começou quando eu comprei um roteador wireless. Desde então meu notebook ficou online e mudei o desktop de lugar, deixando a mesa livre e aumentando o espaço do quarto. Até aqui só qualidade de vida.

Desde o mês passado para cá a coisa virou. Um dia eu acordo e a placa wireless do meu notebook deixou de existir. Como assim? Não sei. Ou não sabia naquele momento. O fato é que fiquei intrigado e fiz todos os procedimentos-padrão:
reiniciar o computador, reinstalar os drivers, localizar o hardware, reinstalar o windows, chorar, ler "O Segredo", ligar pra minha mãe, rezar, implorar, pensar positivo, pedir pra sair, dar banho de carqueja, lavar com água e sabão, dar beijinho para sarar, pular sete ondinhas, chamar o Raul, ouvir a benção do Padre Marcelo, botar o notebook atrás da geladeira, esfregar com pano úmido, beber leite morno, usar com moderação, não expor ao sol, deixar em local ventilado, ligar pro Uri Geller, chutar que era macumba, fazer a dança do siri.
Enfim, tudo que foi possível. Nada adiantou.

Até aí nem era tão grave assim. O computador estava na garantia, e talz. Quando tivesse um tempinho, levava na autorizada. Alguns (poucos) dias depois, a tela começa a dar uns problemas, com a imagem sumindo às vezes mas logo voltando. Aí sim, tive que apelar para o oráculo de todas as eras, repositório de todo o conhecimento humano, que os infiéis chamam simplesmente de Google. Na minha pesquisa encontro uma enxurrada de mensagens em um fórum com vários usuários do mesmo notebook, e com os mesmos problemas. Aliás, para meu desespero descubro que esse é apenas o começo da derrocada e conseqüentemente do sucateamento do meu dispositivo notebucal. Depois disso virão travamentos, tela preta, bipes ao ligar, apagamento das luzes e por fim... bem, as lágrimas não de deixam continuar. Pelo que dizem, aliás, é um problema sem reparo, porque uma solda foi feita de forma inadequada e o aparelho pode ou não funcionar direito após a tentativa de conserto.

Alguns momentos de choque depois, continuo a minha pesquisa. Leio no site da HP USA que eles estão recebendo todos os notebooks desta linha para reposição e oferecendo uma garantia estendida de 24 meses. Aliviado, imprimo o documento e ligo para o suporte HP no Brasil. Em 26 meros minutos de musiquinha insuportável eu sou atendido pelo sr. Vinícius (sim, eu lembro do seu nome) que me pergunta se eu adotei os seguintes iniciativas:
reiniciar o computador, reinstalar os drivers, localizar o hardware, reinstalar o windows, chorar, ler "O Segredo", ligar pra minha mãe, rezar, implorar, pensar positivo, pedir pra sair, dar banho de carqueja, lavar com água e sabão, dar beijinho para sarar, pular sete ondinhas, chamar o Raul, ouvir a benção do Padre Marcelo, botar o notebook atrás da geladeira, esfregar com pano úmido, beber leite morno, usar com moderação, não expor ao sol, deixar em local ventilado, ligar pro Uri Geller, chutar que era macumba, fazer a dança do siri.
Em seguida o digníssimo atendente me informa não saber sobre esta tal mea culpa da empresa. Falo, explico, digo que vi no site da HP...

Ele: Qual HP?
Eu: A HP americana.
Ele: Ah, certo. Esse documento se refere aos notebooks montados lá, o seu notebook foi montado aqui no Brasil.
Eu: Mas são as mesmas peças, e os sintomas são os mesmos descritos do site da HP USA.
Ele: Pode ser uma coincidência.
Eu: A mesma linha, os mesmos sintomas?
Ele: O sr. pode encaminhar o notebook para a autorizada e examinaremos o seu caso.
Eu: E a garantia estendida de 24 meses?
Ele: Damos garantia de apenas três meses, e só pelas peças.
Eu: Quanto tempo para me darem uma resposta?
Ele: De 10 a 14 dias.
Eu (pensando): Taquepariu!

Daí em diante foi estresse total. Procurei ver no PROCON se eu não podia fazer alguma coisa, já que a HP dos EUA e da Europa admitiram o problema, mas nada. Pensei em procurar um juizado de pequenas calças (sic), pensei em deixar o notebook para conserto-e-seja-o-que-Deus-quiser. Enquanto decidia, voltei aos fóruns e procurei saber quantos tinham tido a mesma encrenca com o suporte HP Brasil, e descobri que eram em torno de 183.987.291 pessoas.

Mas como a Lei da Atração é mãe não é madrasta, no dia seguinte ao meu contato com a HP Brasil, a mesma publica uma declaração no site repetindo tudo que o resto do mundo já sabia, e avisando dos reparos sem lenga-lenga e da minha garantia estendida de 24 meses! CHUPA, VINÍCIUS!

Continuo tendo que ficar de 10 a 14 dias sem o computador, mas pelo menos tenho a certeza de que vão fazer o reparo já sabendo do que se trata, e de que se der merda, trocam/refazem tudo de novo quantas vezes for preciso. Melhor era não existir o problema, mas pelo menos estão tentanto resolver de alguma forma.

Infelizmente, todo esse ocaso (sem contar uma impressora quebrada que eu tenho em casa) me fez criar um certo ranço pela HP. Estava pensando nos últimos meses em comprar um desktop da marca por causa da grife e da garantia que o nome me transmite transmitia, compra essa que foi abortada pelo recente ocorrido. É pena que uma empresa como a HP do Brasil tenha tanta inércia para assumir um erro causando enorme constrangimento aos consumidores.

Bom, mas o fato é que agora estou tranqüilo, usando um cabo de rede jurássico para conectar o notebook enquanto termino os últimos trabalhos antes de mandar o coitado para a assistência.

Então me deixem trabalhar, caramba!
P.S.: Já repararam que todos os meus posts ultimamente tem um P.S.? Por que será eu acho isso tão engraçado?

Onde os fracos não têm vez? No Oscar eles têm!

Vocês já assistiram "Onde Os Fracos Não Têm Vez", filme ganhador do Oscar deste ano?

Há um mês atrás eu resolvi baixá-lo, e quando estava na metade do download comecei a assisti-lo até onde pude (uns 50 minutos de filme). Achei sensacional. Um espécie de faroeste, com todos os elementos que me interessam no gênero (anti-herói, vilão assassino, perseguição e chacina).

Por motivos diversos, o download terminou mas eu não tive tempo de terminar de ver, deixando para depois. Neste meio tempo fiz uma propaganda imensa do filme, falando da tensão e do suspense, do carisma do vilão, distribuí o arquivo para amigos e o caramba. Quando soube no dia seguinte (não consigo acompanhar acordado aquela cerimônia) que tinha ganho o Oscar, vibrei. "É isso aí, premiação merecida!", pensei.

Acontece que no sábado à tarde tive um tempinho e resolvi assistir a outra metade, e agora com legendas e tudo. DECEPÇÃO TOTAL. Descobri que o filme só é interessante até onde eu havia visto, e deste ponto em diante é um decrescente até o final "clichê-de-filme-que-não-quer-ser-clichê". Muito fraco. Hoje em dia só Tarantino faz esse tipo de coisa sem parecer pretensioso ou artificial (tudo bem, Scorcese também acertou em "Os Infiltrados"). De qualquer forma recomendo a todos que vejam (de repente eu não "peguei" alguma coisa, sabe-se lá). Assistir em duas etapas é sempre uma experiência que atrapalha o ritmo do filme. Como não tenho tempo para tentar novamente, de uma sentada só, como se diz, minha opinião vai permanecer a mesma por bastante tempo. Até porque tenho vários outros filmes na fila de espera, incluindo o icônico Rambo IV (esse sim um clássico instantâneo).

Mas a atração tem seus pontos positivos:
1) O vilão. Javier Bardem interpretou como ninguém o papel de assassino psicopata, principalmente se considerarmos aquele cabelinho emo;
2) O clima de faroeste;
3) Josh Brolin, meio canastrão, se encaixa bem no estereótipo do caipira perdido na vida;
4) As cenas dos motéis.

Vou encerrando por aqui esse bost-desabafo. E não posso nem reclamar porque assisti sem pagar nada.
P.S.1: A decepção com esse filme foi equivalente à que eu tive com "Little Miss Sunshine", também conhecido como "Sessão da Tarde";
P.S.2: Antes que eu me esqueça, o personagem do Woody Harrelson era realmente necessário?


terça-feira, janeiro 22, 2008

"Incorporando Mr. Bean": tragicomédia em dois atos.

Mais uma rápida.

Uma sexta-feira dessas (dia 28/12/07), eu tinha colocado o Nerdcast da semana no iPod e quando fui sair de casa meu carro tinha quebrado. Coloquei os fones de ouvido e fui pegar o velho busão aproveitando para ouvir o programa. Meu ônibus chegou, estou entregando o dinheiro ao cobrador. Cenário montado, visualize a cena:

1) o cobrador me pergunta alguma coisa, mas eu não escuto por causa dos fones;
2) eu começo a gargalhar com uma história contada no Nerdcast;
3) todos ao mesmo tempo me olham com cara de espanto;
4) eu não compreendo, e tiro o fone de ouvido;
5) o cobrador está insistindo, "eu não tenho troco, o senhor tem moeda?";
6) até aí tudo bem, se o cobrador não fosse FANHO.

Você pensa que acabou? Segue o segundo ato:

1) eu tento me desculpar, dizendo que não estava rindo porque ele é fanho;
2) uma moça ao lado começa a rir descontroladamente;
3) ele responde: "Não tinha problema. Até agora."

Agora já sei como o Fábio Yabu se sentiu.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Run, you fuckin' zombies!

Como sempre, estou trazendo mais um serviço de futilidade pública da net. Você (sempre no singular) que lê o meu blog há tempos, deve se lembrar do dispositivo de imortalidade (que pasmem, continua funcionando - estou vivo, não estou?) e do sorry-cow. Agora venho trazê-los o resultado do meu teste de sobrevivência a um hecatombe zumbi.

48%
Ou seja, se (aliás, quando) a coisa estourar, recomendo que me procurem para terem chances razoáveis de sobrevivência (desde que não venha querendo comer os meus miolos). Eu sei que a porcentagem não chega nem a 50%, mas como tenho certeza de que esse dia chegará já estou um passo à frente de todo mundo que não crê e que na hora vai se fu.

Pensa que eu sou louco? Então aguarde, miojo-de-zumbi!
Até lá. Bwahaha.
P.S.: No mesmo site deste teste, eu fiz também um para saber quanto vale meu cadáver hoje. Atualmente eu pegaria uns R$ 8.000,00. Urrú!

segunda-feira, outubro 29, 2007

Custava mudar pelo menos uma letrinha? Custava botar uma exclamação, sei lá!

Só pra constar:

Você sabia que existe outro blog chamado "Perdigotos"? Do mesmo jeito, sem tirar nem pôr. E sabia que também é blogspot.com? Pra piorar, é um blog feito por um poeteiro, cheio daquelas bobagens pseudo-rebuscadas de sempre. É tipo o Anti-Perdigotos. Aliás, é o Perdigotos Bizarro. O mais interessante é que lendo as poeeesiiias (isso seria um tom sarcástico) a gente percebe logo que o cara é dotô, porque só fala em assepsia, cortes, carne e fluidos em geral. É tipo poesia-jargão.

A sacanagem que me levou a atacar levianamente quem eu nem conheço (por sinal um gratificante passatempo) é que, devido ao meu período afastado, o nome dele aparece antes no Google - a despeito do meu pioneirismo. Mas sabe porque essa situação vai mudar? Porque o lugar dele é com os fãs do Renato Russo! O lugar dele é com os espectadores da Fernanda Young!

P.S. 1: O medo que dá é essa acusação de plágio fazer com que meu imitador se sinta o próprio Rei Roberto. E ninguém se compara ao grande Rei Roberto!
P.S. 2: E quero lembrar a todos que já passo por esse problema na vida profissional, porque como é que numa cidade deste tamanho vão ter logo dois arquitetos com o nome de Gley? Quais são as chances?
P.S. 3: E que tipo de idiota coloca o nome de "Perdigotos" num blog? Taquepariu!

O orkut e a Mansão Foster Para Amigos Imaginários

Observação 1: Se você veio atrás somente do desenho animado "Mansão Foster Para Amigos Imaginários", vá direto ao final do texto.

Observação 2: O assunto tratado neste tópico era para ter sido incluído no bost anterior, mas me chateia tanto que mereceu um só para ele. Apesar de antigo e manjado, ainda permanece atual. Claro, isso se eu não tivesse falado só o óbvio. Mas leiam, pelo menos (já que ninguém nunca comenta):

Uma coisa que me chama atenção no orkut são aquelas pessoas que te adicionam (esse verbo foi mais usado nesses últimos anos do que em toda a sua existência) e que você nem sabe quem são. Eu as chamo de Amigos Imaginários, em homenagem à minha mãe de criação (também conhecida como televisão).

Amigos imaginários. Engraçado, eu cresci vendo aquelas crianças nos filmes/desenhos americanos, inventando personagens para suprir suas lacunas de atenção. Aquilo nunca me entristeceu, pois não via aqueles pimpolhos como melancólicos ou perdedores e sim como criativos e independentes, capazes de contornar problemas. Na pior das hipóteses, eram pelo menos felizes. E eram, afinal, crianças.

O que eu vejo hoje é a versão bizarra desta história, onde adultos chatos problemáticos se contentam em exibir seus rabos on-line no orkut e pendurar suas melancias virtuais no pescoço. Na maioria dos casos são pessoas sem carisma, que não conseguem manter conversas estimulantes em tempo real e ficam deixando recados genéricos, muitas vezes para zilhões de macacos virtuais ao mesmo tempo. Eu vejo figuras, eu vejo piadas, eu vejo propagandas e vejo "alôs", e tudo que leio é "ei, ei, me dê atenção!". Poucos são os casos em que o recado tem conteúdo, é dirigido a mim e é escrito por uma pessoa que realmente me conhece.

Uma constatação: pelo menos as crianças usa(va)m a imaginação; os adultos, por outro lado, escolhem seus "coleguinhas" no cardápio e saem coletando aqueles que consideram mais legais, na busca por status. Em vez de inventar, procuram amigos imaginários da vida real. Outra diferença marcante é que os companheiros das crianças servem de muleta para seus sentimentos, se tornam confidentes e melhores amigos. Suas versões on-line são apenas um quadradinho com (nem sempre) uma foto no canto superior direito da tela. Acho que existem indivíduos que necessitam ver um monte de gente com o rótulo "amigo" para se sentirem queridas. E mais deprimentes ainda são as comunidades do orkut onde as pessoas adicionam umas às outras a fim de inchar suas listas.

Dizem por aí que o orkut já era. Já vai tarde. E bem que podia ter levado esse povo todo com ele.

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Para aqueles pequerruchos que não deram a menor bola para o bost e só vieram aqui por causa da "Mansão Foster" no título, clique na figurinha abaixo e veja o perfil de um amigo imaginário profissional. Mas não esqueça, amiguinho, que por trás desta página fofa pode se esconder um gordo velho, peludo e pedófilo. Não sabe o que é pedófilo? Pergunta pra mamãe, mas não diz que fui eu que mandei...


Atualização: não adianta mais procurar o perfil acima, porque ele foi apagado. Ou será que era imaginação minha?

As novas tecnologias em desperdício de tempo no trabalho (ou: "Tomara que o chefe não leia meu blog")

Eu fico impressionado com a proliferação das chamadas "redes sociais" pelo mundo e excepcionalmente pelo Brasil. Depois de conviver com o orkut, o natimorto Gazzag, o MySpace e os infindáveis instant messaging (IM) da vida, agora chegamos a um nova (?) etapa: a era dos miniblogs (Twitter, Jaiku) e a cria profana de orkut+MySpace, também conhecida como Facebook.

Começando pelos miniblogs. Eu particularmente uso o Twitter, e até gosto. É uma forma de ver o que as pessoas andam fazendo instantaneamente, tipo um BBB com pessoas que você conhece. Não serve para investigar a vida de ninguém e sim manter um contato não-invasivo com seus amigos e conhecidos. Apesar de ser chamado "miniblog", está mais para um meio-termo entre orkut e IM. Vou tentar explicar a sensação: durante anos como membro, nunca consegui me adaptar ao orkut; detesto o esquema de "recados", onde se entra e espera carregar uma página gigante, para enfim visualizar um monte de informação sem expressão nenhuma. Eu já não me sinto conectado a ninguém pelo orkut, é como se fosse apenas uma vitrine onde o produto sou eu.

Já o MSN Messenger, que conheço desde o surgimento, considero irritante. Não é possível manter conversas regulares com ninguém por mais de dois minutos, uma vez que as pessoas passam o dia nesta coisa e desgastam qualquer assunto. Além do mais me chateiam as pessoas conectadas diretamente comigo. É como se estivessem plantadas na minha frente, esperando eu falar, um tipo de pressão moral.

Com o Twitter/Jaiku é diferente: você sabe que aqueles caras estão ali, conectados, porque vez ou outra alguém fala algo. É como se fosse uma extensão da minha sala, onde vários amigos que eu nunca vejo (alguns que eu nunca vi, inclusive) estão sentados. Consigo me concentrar no trabalho (ao contrário do MSN), e ao mesmo tempo sinto a presença das pessoas, que de vez em quando soltam alguma piada ou mandam o link de uma notícia interessante. Exatamente como acho que deve ser um espaço de trabalho. Outra coisa é que as pessoas não se comunicam diretamente (apesar de possível), elas falam pra quem quiser ouvir - ou seja, sem pressão.

Resumindo (nunca na história deste país você vai ver outras analogias como essas):

1) o orkut é um zoológico onde cada um tem uma jaula, e de vez em quando jogamos amendoins uns para os outros;
2) os IM são salas onde as pessoas ficam te encarando, esperando você falar com elas, e onde inevitavelmente vai começar um papo de fila de banco: "opa!", "e aí, como é que vai?", "pois é", "vamos marcar";
3) o Twitter (e o Jaiku, enfim) é um salão, onde todos estão sentados fazendo suas próprias coisas e se comunicam quando e como querem - no strings attached.

Agora, o Facebook. Esse vai ser difícil de me conquistar. Embora possua muitos elementos extras que superam o orkut (como a possibilidade de instalar aplicativos na sua página, transformando-a em um portal pessoal), a coisa ainda é muito estranha, <clichê> a interface é pouco amigável </clichê> e eu tenho certeza de que logo logo vou deixar pra lá também. Fiz meu cadastro, tá lá minha página, mas não tenho vontade de visitar. Só o que me interessa são os aplicativos [sensor de presença nerd ativado]. No mais, é como o orkut: vitrinão.

P.S. 1: Como me iniciei no Twitter e só conheci o Jaiku depois, fico com o primeiro. Nem sei se existe alguma diferença, e nem me importa. Não tentem me convencer a mudar e eu farei o mesmo. O Jaiku é seu e você que sabe o que fazer com ele.
P.S. 2: Aguardem um possível bost daqui há alguns dias desmentindo tudo que eu falei e dizendo que o Facebook é a melhor coisa que já apareceu na internet. Eu me conheço.
P.S. 3: Não são todos os IM que eu odeio. Do Google Talk eu gosto. Aliás, quase tudo que o Google faz eu gosto. Espero que isso sirva para alguma coisa quando o Google. a Alchemax e a Stark-Fujikawa governarem o mundo.

Passando a hipoglós!

Você, leitor (note o uso do singular) deste blog deve pensar mal de mim com certa freqüência. Sei que posso parecer pretensioso; alguém deve estar achando que quero ser aquele tipo "a sociedade é fútil e eu sou melhor do que ela", mas é que eu me irrito diariamente com o comportamento das pessoas.

Eu já consegui encontrar bons amigos nessa vida e já me acostumei com a raia miúda que permeia o resto da civilização, mas quero saber se meu filho(a) vai ter essa chance também. Quero que sobre pelo menos alguém com quem ele(a) possa conversar. Aliás, eu quero que ele(a) SEJA uma pessoa com quem se possa conversar.

E a maior prova de que não sou um hipócrita desesperado por atenção é que ninguém lê este blog e eu continuo escrevendo. Não escrevo para chamar atenção chocando os outros. Nem tampouco posso dizer que "escrevo porque preciso", porque é mentira (seria verdade se eu ganhasse algum dinheiro com este lixo). Escrevo mesmo é porque quero que alguém leia e veja como eu sou legal. Mas se ninguém entrar, já basta EU olhar e pensar como eu sou legal! Notou a diferença?

P.S.: Esse bost é uma preparação para os próximos, para amaciar a sua opinião, leitor! (Sim, é você mesmo! Meu leitor favorito!)